Dias de exposição ao sol, má alimentação e a implacável lei da gravidade são alguns dos fatores que tornam a pele, maior órgão do corpo humano, mais fina e menos elástica. Com o amolecimento da epiderme, as marcas do tempo ficam cada vez mais visíveis. Para acabar com esse problema, ou pelo menos amenizá-lo, há uma legião de recursos cosméticos, além de um aliado poderoso: o tratamento a laser.
Os dermatologistas contam, hoje, com um verdadeiro arsenal para combater marcas de expressão, manchas, pelos, veias rompidas, tatuagens e até lesões pré-cancerosas na pele valendo-se dos princípios de física, que reúnem energia luminosa, térmica ou mecânica e, mais recentemente, a nanotecnologia.
Essa nova tecnologia utiliza materiais milhares de vezes menores que um fio de cabelo, mas centenas de vezes mais resistentes que o aço e capazes de se converter em inúmeros benefícios para a saúde e a beleza.
O bom diagnóstico, a seleção do paciente e as indicações adequadas são fundamentais para o sucesso do tratamento.
O tratamento a laser geralmente oferece resultados mais rápidos e efetivos se comparado a terapias convencionais. Sua grande vantagem é agir especificamente em cima de um alvo, preservando os tecidos ao redor da região tratada.
Cada caso um tratamento
Mas a eficácia, como em todo tratamento, depende de uma série de fatores, principalmente de uma correta indicação. “O bom diagnóstico, a seleção do paciente e as indicações adequadas são fundamentais para o sucesso do tratamento”, explica o dr. Simão Cohen, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e professor assistente da Faculdade de Medicina do ABC.
Como a boa indicação pode significar resultado positivo, é necessária avaliação para que se tenha certeza de que o laser é a melhor opção. Há contraindicações, por exemplo, à sua utilização em pessoas portadoras de lúpus (doença na qual o sistema imunológico desenvolve anticorpos que “atacam” o próprio organismo) ou que utilizam medicamentos para facilitar a coagulação sanguínea.
Quanto ao tipo de pele, pessoas negras podem ter problemas com o tratamento, pois o laser confunde a melanina da pele com um alvo e a ataca, deixando marcas. “Às vezes podem ser provocadas manchas claras ou escuras nesse tipo de pele; por isso o tratamento merece ressalvas”, alerta o doutor Cohen.
Os tipos mais utilizados de tratamento são:
Laser seletivo
Aplicação
Remoção de manchas de nascimento (as congênitas), adquiridas e tatuagens.
O laser busca um alvo, que pode ser a melanina – substância que dá cor à pele e aos pelos –, ou os pigmentos, no caso das tatuagens. A radiação seleciona e combate os pigmentos e preserva o tecido ao redor.
Lesões vasculares
Aplicação
Clareamento de manchas causadas por malformação vascular, em geral os hemangiomas, vasos rompidos e varizes.
Nesse caso o alvo do laser é a oxiemoglobina, substância que dá a cor vermelha ao sangue; assim é possível destruir os vasos, clarear a mancha e manter intactos os tecidos ao redor da área tratada, tudo sem prejuízo estético.
Depilação
Aplicação
Remoção de pelos indesejados esteticamente (virilha, axilas, pernas, buço) ou recorrentes de algumas doenças, como na disfunção ovariana e no tumor de ovário.
Os pelos escuros são eliminados pelo laser, que ataca a melanina. Se os pelos forem brancos ou loiros não é possível realizar esse tratamento porque não há melanina e o laser não encontra o alvo.
Confira aqui os mitos e verdades sobre a depilação a laser.
Rejuvenescimento
Aplicação
Melhora da flacidez da pele e do aspecto das marcas de expressão.
Há dois tipos de tratamento: o ablativo e o não-ablativo.
Ablativo
Agride a pele removendo camadas muito finas, até que se tenha a recuperação do tecido exposto ao laser. Com isso, o resultado final é a diminuição das rugas. Por ser um tratamento invasivo, tem efeitos colaterais como a descamação da pele e recuperação lenta.
Não-ablativo
Estimula o colágeno – substância que dá sustentação à pele – a partir de um efeito luminoso e térmico do laser. Por ser um tratamento não-invasivo, a cada aplicação o rosto fica levemente avermelhado e tem recuperação rápida. A qualidade da pele melhora. Fica mais firme e as rugas, menos profundas.
Terapia fotodinâmica
Aplicação
Tratamento de lesões pré-cancerosas de pele e rejuvenescimento.
Aliado à luz infravermelha, um ácido chamado de aminolevulínico, ou ALA, é colocado sobre lesões pré-cancerosas na pele para que as células doentes absorvam a substância. Quando expostas à radiação infravermelha, as células tumorais são destruídas e o tecido ao redor é preservado.
No caso das marcas de expressão, o ALA é aplicado sobre a área que se deseja tratar e, com a luz intensa pulsada, também chamada pelos médicos de LIP, o efeito é potencializado. “Em peles que seriam necessárias de seis a oito aplicações para obter resultados, com o uso do ALA é possível obter respostas mais rápidas”, explica o doutor Cohen.
Publicada em dezembro / 2007
Atualizada em agosto / 2009
Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein.