Mais de 10 milhões de pessoas no mundo sofre com o Parkinson. Estudo aliado a tratamento experimental descobriram o gene LLRK2 que deve ajudar inúmeras pessoas que sofrem do malefício.
Acreditava-se que o gene, chamado LLRK2, causaria a doença apenas quando mutado, mas os pesquisadores descobriram que ele pode ser igualmente significativo na forma não-hereditária da doença, de acordo com o estudo publicado hoje na revista “Science Translational Medicine” e desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh e UPMC.
“Esta descoberta é extremamente importante para a doença de Parkinson, porque sugere que as terapias atualmente sendo desenvolvidas para um pequeno grupo de pacientes podem beneficiar todos os portadores da doença”, disse J. Timothy Greenamyre, um dos autores do estudo.
O Parkinson afeta um milhão de pessoas nos EUA e até 10 milhões em todo o mundo e não tem causa conhecida, mas acredita-se que envolva fatores genéticos e ambientais. É uma doença neurológica, degenerativa, crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso podendo causar tremores, rigidez e até demência, em alguns casos.
Em 2004, os pesquisadores descobriram que as mutações no gene LRRK2 (comumente conhecido como “Lark2”), superativaram a proteína e causaram Parkinson em um pequeno grupo de pessoas, muitas vezes de forma hereditária. No entanto, a proteína LRRK2 é difícil de estudar porque está presente em quantidades extremamente pequenas nas células nervosas que são afetadas no Parkinson.
Outra descoberta importante do estudo foi que ele conectou duas proteínas que foram reconhecidas separadamente como importantes agentes causadores de Parkinson – LRRK2 e alfa-sinucleína. O acúmulo de alfa-sinucleína leva à formação de estruturas chamadas “corpos de Lewy”, uma característica do Parkinson.
Embora esforços enormes tenham sido focados na alfa-sinucleína, a causa de seu acúmulo ainda é pouco compreendida.
Usando roedores com Parkinson induzido, Greenamyre e sua equipe descobriram que a ativação de LRRK2 bloqueava os mecanismos que as células usam para eliminar o excesso de alfa-sinucleína, levando diretamente ao seu acúmulo.
Os pesquisadores então trataram os animais com uma droga atualmente sendo desenvolvida para tratar pacientes com Parkinson hereditário, bloqueando a atividade de LRRK2. A droga impediu o acúmulo de alfa-sinucleína e a formação de corpos de Lewy.
“O LRRK2 une as causas genéticas e ambientais do Parkinson, já que pudemos mostrar que fatores externos como o estresse oxidativo ou toxinas podem ativar o LRRK2, que pode causar a formação de corpos de Lewy no cérebro”, observou o principal autor do estudo, Roberto Di Maio.
No futuro, Greenamyre espera aproveitar esses achados para descobrir como a neurodegeneração causada pela superativação de LRRK2 pode ser evitada e identificar como o estresse oxidativo e as toxinas ambientais causam a ativação de LRRK2.
Fonte: G1