Doença de Wilson

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O que é Doença de Wilson?

A doença de Wilson é um distúrbio geneticamente determinado do metabolismo do mineral cobre. Esta condição cursa com graus variáveis de envolvimento neurológico, psiquiátrico, hematológico ou hepático. Vale ressaltar que o grau de envolvimento, os órgãos acometidos e a idade de início dos sintomas (que geralmente vai dos três aos 60 anos de idade) são muito variáveis, mesmo em indivíduos de uma mesma família.

Tipos

Não existe uma classificação ou subdivisão clínica na doença de Wilson. Porém, observa-se que existe uma gama distinta de sintomas e intensidade variável de acometimento em cada pessoa afetada.

Causas

Mutações deletérias, que prejudicam a função, em ambas as cópias do gene ATP7B são responsáveis pela doença de Wilson. O gene ATP7B codifica um canal intracelular de cobre que tem papel fundamental no transporte deste mineral pelo nosso organismo. Sua principal ação é o acoplamento do cobre à ceruloplasmina, que vai carregar o cobre às diferentes partes do corpo. Este canal também tem função primordial na remoção do cobre das células do fígado.

  • O mal funcionamento deste canal de cobre, decorrente de mutações genéticas, promove dois eventos principais:

1) A ligação do cobre com o seu transportador ceruloplasmina fica comprometida e ocorre depósito anômalo do mineral em diferentes órgãos e tecidos

2) As células do fígado, que são as responsáveis pela eliminação do excesso de cobre do organismo através da bile, não conseguem suprir esta função de maneira adequada e também acabam por acumular o mineral.

  • Este depósito/acúmulo anômalo de cobre promove disfunção dos diferentes órgãos e, consequentemente, os sintomas clínicos.
  • Herança Genética

Assim como a grande maioria das doenças metabólicas de origem genética, a doença de Wilson apresenta herança autossômica recessiva. Desta forma, cada irmão ou irmã de um indivíduo afetado tem 25% de chance de também apresentar a doença de Wilson; enquanto que os pais e filhos de um indivíduo afetado têm chance muito baixa (cerca de 1%) de também serem afetados.

O objetivo do tratamento medicamentoso é diminuir os estoques de cobre no organismo. Desta maneira, o uso de quelantes de cobre (como penicilamina, que aumenta a excreção urinária de cobre) e suplementação oral com altas doses de zinco são estratégias importantes na doença de Wilson. O zinco evita a absorção do cobre pelo intestino e aumenta a fração de cobre eliminada nas fezes.

O uso de antioxidantes, como a vitamina E, pode trazer efeitos benéficos ao evitar a progressão dos danos ao fígado.

O transplante de fígado pode ser opção aos pacientes que não tolerem ou não respondam ao tratamento medicamentoso. Esta é a única modalidade terapêutica que promove a cura da doença. No entanto, é procedimento complexo, pode apresentar complicações e exige o uso contínuo de imunossupressores.

O tratamento deve envolver equipe multidisciplinar com hepatologista, neurologista, psiquiatra, oftalmologista, clínico geral ou pediatra (a depender da idade de início) e equipe de reabilitação.

Medicamentos para Doença de Wilson

Os medicamentos mais usados para o tratamento da doença de Wilson e de alguns sintomas relacionados a ela são:

  • Epocler

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Convivendo/ Prognóstico

Algumas mudanças nos hábitos alimentares devem ser adotados principalmente no início do tratamento da doença de Wilson. Alimentos ricos em cobre (como: carne de fígado, chocolate, cogumelos, mariscos e nozes) devem ser evitados.

Complicações possíveis

Quando não tratada, a doença de Wilson promove degeneração progressiva dos diversos órgãos e tecidos afetados. Entre as complicações, destacam-se:

  • Progressão da doença hepática para cirrose e insuficiência hepática
  • Degeneração neurológica com agravamento dos sintomas e demência progressiva
  • Piora dos distúrbios comportamentais e acometimento de outros órgãos, como coração e rins.

Expectativas

O único tratamento que promove a cura da doença de Wilson com total normalização do metabolismo do cobre é o transplante hepático.

O controle clínico e medicamentoso pode evitar ou, ao menos, retardar a progressão da doença na maioria dos indivíduos. O tratamento deve ser instituído o mais breve possível, mesmo antes dos sintomas, e deve durar toda a vida.

Prevenção

O principal método de prevenção das complicações da doença de Wilson é o diagnóstico precoce. Esta é a chave para a adoção rápida do acompanhamento clínico e tratamento medicamentoso ideais.

Fonte: Minha Vida

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