Especialista alerta para ocorrência de roncos durante a infância

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Estudo publicado na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia revela que de 7% a 9% das crianças até 10 anos de idade sofrem de ronco primário, mas estima-se que até os 14 anos incompletos o índice de crianças afetadas pelo problema seja de 12%. Já a estimativa da Associação Brasileira do Sono aponta que o ronco e a apneia obstrutiva do sono afeta em torno de 4% da população masculina em todo o país. Aliás, o distúrbio atinge de oito a dez vezes mais homens do que mulheres.

O especialista afirma que o distúrbio é preocupante, embora haja casos em que ele pode ser classificado como inofensivo, como quem sofre de ronco postural e ronco primário, sem doenças relevantes como causa ou alterações significativas para a saúde. “Quando o ronco ocorre esporadicamente, sem estar relacionado à apneia do sono, pode sim ser considerado como um sintoma sem maior gravidade, porém, mesmo nesses casos aparentemente inofensivos, alguns sintomas podem estar associados, como a obstrução nasal ou para deglutição e respiração. Assim, o ronco é apenas manifestação secundária e a pessoa deve ser prontamente investigada pelo médico otorrino”, alerta.

O especialista ressalta que, mesmo nos casos de ronco postural ou ronco primário, o distúrbio deve ser levado em consideração pelo fato de que grande parcela da população dorme acompanhada no quarto ou na mesma residência, situações em que o ronco se torna importante fator de transtornos familiares e sociais.

O especialista esclarece ainda que as crianças são mais susceptíveis as obstruções da via aérea superior, sejam por sua dimensão mais reduzida ou devido a resfriados, alergias, rinites, secreções, o aumento de adenoides e amígdalas, além de um pescoço proporcionalmente mais curto em relação aos adultos. “Esses fatores levam a maior turbulência na passagem do ar nas áreas de obstrução e, consequentemente, a mais roncos.

O ronco primário faz parte de um grupo de distúrbios respiratórios obstrutivos do sono que ainda inclui a síndrome da resistência aumentada das vias aéreas superiores, a hipopneia, que leva à diminuição da saturação de oxigênio no sangue, e a apneia, que é a parada respiratória. Em relação à síndrome da hipopneia/apneia do sono, alguns fatores estão mais relacionados, como ser do sexo masculino, tabagismo, obesidade abdominal, anormalidades endocrinológicas, craniofaciais e acromegalia, entre outros”, informa o especialista.

O especialista afirma que os achados físicos mais comuns no exame desses pacientes são a obesidade e o aumento no índice de massa corporal, de circunferências cervical e abdominal; ampliação no volume de amígdalas e língua ou posicionamento posterior, sendo que a síndrome pode ocorrer também em pessoas consideradas magras.
Portal: JM Online

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