6 Mitos e Verdades sobre Cirurgia Metabólica

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6 MITOS E VERDADES SOBRE CIRURGIA METABÓLICA

O diabetes já faz parte da rotina de muitos brasileiros, infelizmente. De acordo com dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, o número de brasileiros com diabetes aumentou 61,8% entre 2006 e 2016, atingindo 5,5% da população.
Muitos fatores influenciam esse crescimento, como mudança de hábitos alimentares, sedentarismo, envelhecimento e outros. No caso do diabetes tipo 2, outro fator de risco muito grave está associado à doença: a obesidade. Por se tratar de uma doença crônica e com complicações sérias, é fundamental discutir formas de controlar a doença.
Além do tratamento medicamentoso, existe uma alternativa: cirurgia metabólica. Você já ouviu falar nela? Muitas pessoas ainda a confundem com a cirurgia bariátrica e não sabem todos os benefícios que ela pode oferecer à saúde, além do controle do diabetes. Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre o procedimento e informe-se:

 

Mitos e verdades sobre a cirurgia metabólica

Cirurgias bariátrica e metabólica são a mesma coisa?

Não exatamente. Apesar de serem procedimentos muito similares, muitas vezes realizados com a mesma técnica cirúrgica (como o bypass gástrico), as cirurgias bariátrica e metabólica possuem objetivos muito diferentes, que devem ser levados em conta pela equipe médica e também pelo paciente. A bariátrica, por exemplo, tem como foco a redução do peso, enquanto a metabólica destina-se ao controle do diabetes.

O conceito de cirurgia bariátrica também é mais antigo, uma vez que a técnica foi introduzida no mundo há mais de 50 anos e é repetida no Brasil há pelo menos 20. A metabólica, por sua vez, é mais recente e recebe esse nome devido a transformações endócrinas pelas quais o paciente passa após a intervenção cirúrgica, com alterações na síntese de hormônios responsáveis pelos níveis de açúcar no sangue.

Male anatomy of human organs in x-ray view

 

Qualquer pessoa, sem exceção, pode fazer?

Mito. Alguns critérios devem ser muito bem analisados para que o paciente possa ser indicado à cirurgia metabólica, como a falta de controle adequado da doença mesmo após mudanças no estilo de vida e tratamento medicamentoso contínuo. De acordo com o site VidaNovaMetabolica.org.br o cirurgião bariátrico deve ainda reconhecer as seguintes condições no candidato à cirurgia metabólica:
• Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 34,9 (mínimo)
• Ter entre 30 e 70 anos de idade
• Tempo mínimo de doença de 2 anos
• Tempo máximo de doença de 10 anos ? devido à dificuldade de remissão do diabetes após esse período. No entanto, mesmo os pacientes que não alcançam a remissão podem se beneficiar da redução dos níveis glicêmicos proporcionada pela cirurgia, reduzindo as chances de complicações futuras.

 

Ela controla outras doenças além do diabetes tipo 2?

Verdade. Apesar de o principal objetivo da cirurgia metabólica ser o controle do diabetes tipo 2, o procedimento pode trazer outros benefícios à saúde. As transformações anatômicas realizadas pela cirurgia provocam o aumento da quantidade de hormônios que atuam na regulação do açúcar e do metabolismo, controlando a fome e promovendo a saciedade.
Por isso, além da melhora do quadro de diabetes, a cirurgia metabólica favorece a redução e o controle equilibrado do peso, colabora com a queda dos níveis de colesterol ruim (LDL) e aumento do colesterol bom (HDL), reduz a apneia do sono e melhora a hipertensão arterial, reduzindo os riscos de problemas cardiovasculares.

 

É uma cirurgia reconhecida no Brasil?

Verdade. Em dezembro de 2017, um parecer foi publicado no Diário Oficial da União: a resolução Nº 2.172, de 22 de novembro de 2017, reconheceu a cirurgia metabólica para o tratamento de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, com IMC entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2, sem resposta ao tratamento clínico convencional, como técnica não experimental de alto risco e complexidade. O procedimento, aprovado pelo Conselho Federal de Medicina, ainda é reconhecido por mais de 50 sociedades médicas ao redor do mundo.

 

 

A cirurgia metabólica é a cura do diabetes?

Mito. Embora ofereça muitos benefícios, como controle e até remissão do diabetes tipo 2, melhora da hipertensão e redução de peso, a cirurgia metabólica não é um tratamento exclusivo e isolado para quem sofre com a doença e suas comorbidades. Por isso, após a intervenção cirúrgica, é fundamental adotar um novo estilo de vida, com a prática regular de atividades físicas e uma alimentação saudável. Para saber mais, acesse: VidaNovaMetabolica.org.br.

 

A cirurgia bariátrica é mais arriscada que outras cirurgias?

Mito – Segundo Pajecki, durante a operação, os riscos de complicações, como um problema cardiológico, é igual ao de qualquer outro procedimento cirúrgico abdominal. No pós-operatórias, complicações leves e graves ocorrem em 4% dos casos. “Nos primeiros 30 dias, pode haver sangramento interno, infecções e complicações clínicas, como trombose”, diz. A médica nutróloga Sandra Fernandes afirma que, dependendo da técnica operatória, podem ocorrer vômitos ou diarreias. “A média ou longo prazo, as complicações estão ligadas a desnutrição, osteoporose e carência de vitaminas e minerais, afirma.

 

CONHEÇA AS TÉCNICAS DE CIRURGIA BARIÁTRICA

Bypass gástrico: é a técnica mais realizada no país. O estômago é grampeado e, depois, ligado diretamente ao intestino. “É um método eficiente e com baixo índice de complicações”, diz Pajecki. É indicada para quem tem cerca de 50 kg de excesso de peso, associados com diabetes, colesterol e triglicérides alta.

Gastrectomia vertical: a técnica consiste em fazer do estômago uma espécie de tubo, com capacidade de cerca de 150 ml. Ao reduzir o espaço, o paciente é obrigado a comer pequenas refeições. “O resultado é bom, mas não é melhor que o bypass”, diz Ramos. É indicada para quem tem de 30 a 40 kg de excesso de peso, come em grandes quantidades, mas não tem doenças associadas.

Banda gástrica ajustável: coloca-se um anel de silicone ajustável no início do estômago, o que desacelera a digestão. “É cada vez menos usada, pois a perda de peso é menor e demanda muito cuidado pós-operatório”, diz Pajecki.

Duodenal Switch: Assim como na gastrectomia vertical, o estômago é reduzido. Nesta técnica, aumenta-se o desvio intestinal. O paciente come menos e o corpo absorve menos alimentos também. A técnica, indicada para pacientes que tem alguma doença no estômago, é cada vez menos utilizada nas clínicas, pois o risco de problemas nutricionais, como episódios de diarreia, é maior.

 

Fontes: João Luiz Azevedo, membro do departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp); Almino Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM); Dr. Denis Pajecki, diretor do Departamento de Cirurgia Bariátrica da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) ; Sandra Lucia Fernandes, membro da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran); Marilice Rubbo de Carvalho, psicóloga.

 

Referências: Médicos, livros e site de saúde.
Leia mais sobre os mitos e as verdades da cirurgia bariátrica no site do Ministério da Saúde

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