A epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é caracterizada por convulsões recorrentes que podem variar em gravidade, duração e frequência, causadas por uma atividade elétrica anormal no cérebro, que pode ser ocasionada por várias razões, como lesão cerebral, infecções, tumores, abuso de bebidas alcoólicas e etc. Em alguns casos, a epilepsia pode ser causada por eventos que ocorreram antes ou durante o parto, mas muitas vezes as causas da condição são desconhecidas e difíceis de determinar.
O uso dos medicamentos de forma correta, com acompanhamento médico regular é a melhor forma de manter o controle sobre a epilepsia. No entanto, existem quadros da doença de difícil controle, no qual os pacientes não conseguem controla-la com os métodos farmacológicos convencionais. Esta condição é conhecida como epilepsia refratária, que causa impacto ainda maior na qualidade de vida, pois implica em limitações sociais e no risco elevado de traumas e morte.
Neste contexto, surge a busca por novas opções terapêuticas para o tratamento da epilepsia refratária e a cannabis medicinal tem sido estudada como um tratamento potencial para a condição. A planta cannabis sativa é composta por diversos compostos químicos, como o cannabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), que têm propriedades anticonvulsivantes e podem ajudar a reduzir a frequência e a gravidade das convulsões.
Um dos primeiros estudos que mostrou o potencial do CBD no tratamento da epilepsia refratária foi publicado em 2013 no The New England Journal of Medicine. O estudo mostrou que o CBD reduziu significativamente o número de convulsões em crianças com síndrome de Dravet, uma forma rara de epilepsia que é difícil de tratar. Desde então, vários estudos têm confirmado esses resultados e mostrado que a cannabis medicinal pode ser eficaz no tratamento de outras formas de epilepsia refratária.
Quais são os benefícios?
A terapia com cannabis medicinal se diferencia dos métodos farmacológicos convencionais por ser baseada em produtos naturais e apresentar menos efeitos colaterais. Além disso, não há risco de overdose ou danos hepáticos ocasionados por sobrecarga do fígado. Essa forma de tratamento pode proporcionar uma melhoria na qualidade de vida de pacientes com epilepsia refratária.
Como funciona o tratamento?
O tratamento com cannabis medicinal é realizado sob acompanhamento médico e pode ser administrado em diversas formas, incluindo óleos, cápsulas, sprays, entre outras. A dosagem e a forma de administração podem variar de acordo com as necessidades do paciente e devem ser ajustadas pelo médico responsável. Embora estudos tenham demonstrado a eficácia do tratamento com cannabis medicinal para epilepsia refratária e diversos ensaios clínicos tenham mostrado que pode ser uma opção segura e eficaz para pacientes que não respondem bem aos métodos farmacológicos convencionais, é importante destacar que o tratamento deve ser prescrito somente por um médico especialista e qualificado.