Mioma

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Cerca de 50% das mulheres em idade reprodutiva
têm ou terão mioma uterino.

O mioma é um tumor benigno que surge quando uma célula do útero da mulher começa a se multiplicar de forma desordenada. No entanto, ele só aparece depois da menstruação e, caso apareça, pode crescer para dentro ou para fora da cavidade uterina.
Por mais que a palavra “tumor” assuste, é importante saber que o mioma é benigno e há diversas maneiras de tratá-lo antes de recorrer à histerectomia, que é a retirada do útero.
A genética (histórico de casos de mioma na mãe e irmãs) e a disfunção hormonal (crescimento do estrógeno, produzido no ovário da mulher em idade reprodutiva) estão entre as principais causas do aparecimento do mioma.

Veja esta entrevista sobre mioma com o Dr. Henrique Elkis

Quais os sintomas do mioma?
Alguns miomas são assintomáticos. Quando os sintomas de mioma aparecem, os mais importantes são:
• Alteração menstrual
Há o aumento dos dias de menstruação, da quantidade de sangramento e da intensidade das cólicas menstruais. A cada menstruação, o fluxo é maior e há o aumento no número de absorventes utilizados.
• Anemia
É ocasionada por sangramentos fora do período menstrual, às vezes com coágulos.
• Aumento do volume do abdômen
É provocado pelo crescimento do mioma e, por essa razão, é mal interpretado como ganho progressivo de peso.
• Compressão sobre a bexiga
Leva à redução da capacidade de armazenar urina, levando a paciente a urinar com maior frequência.
• Compressão sobre o intestino
Leva à constipação intestinal (prisão de ventre), já que o útero pode comprimir o reto, dificultando a passagem das fezes.
• Dor
Surge à medida que o útero cresce e começa a comprimir estruturas e órgãos próximos, como na pelve, na região lombar, flanco e pernas. Além de incômodo durante a relação sexual.
• Infertilidade
Numa proporção muito pequena o mioma pode causar infertidade. Acomete com mais frequência pacientes com miomas uterinos, já que esse tumor pode levar a alterações (deformidades) do órgão que dificultam a implantação do óvulo. Porém, isso não ocorre em todas as pacientes.
• Aborto
É causado por miomas grandes, múltiplos e que causam deformidade da cavidade uterina. Aumenta-se o risco de complicações na gestação, como o aborto, principalmente quando a placenta encontra-se implantada sob um mioma.
Tratamentos de mioma
Tudo dependerá do tamanho e localização do mioma.
• Se o mioma não provocar nenhum tipo de sintoma ou desconforto não necessitará de tratamento.
• Se o quadro pedir algum tratamento, este pode requerer remédios e, em alguns casos – quando provocar dores, hemorragias ou dificuldades reprodutivas – o tratamento cirúrgico.
• Nos últimos anos, foi criado um novo tratamento, chamado de Embolização, que tem como objetivo bloquear o fluxo sanguíneo das pequenas artérias que levam o sangue que “alimenta” o mioma – isto leva a uma parada da hemorragia ginecológica e também a uma redução no tamanho do mioma.
Embolização de Mioma
A técnica da embolização uterina é minimamente invasiva, realizada sob anestesia local e não precisa de pontos, pois não são feitos cortes.
Na região da virilha, onde passa a artéria femoral, o radiologista intervencionista faz um pequeno furo, de no máximo 2 milímetros, por onde é introduzido um cateter. Guiado por um equipamento de radiologia digital com alta definição de imagem, o especialista conduz o cateter até a artéria que leva sangue ao útero.
Pelo cateter são injetadas micro partículas esféricas de uso biológico, que vão obstruir essas artérias e interromper o fluxo sanguíneo que alimenta o mioma. Desta forma, o mioma tende a diminuir e os sintomas são eliminados. Após dois ou três ciclos menstruais, a paciente volta a menstruar normalmente.
Perguntas e respostas sobre Embolização de Mioma
1- A embolização de mioma uterino interfere nas funções normais do útero?
Não. A embolização do mioma facilita a integridade estrutural do útero e sustenta a bexiga, órgãos pélvicos, intestino e ossos. O útero ajuda a separar e a conservar a bexiga na sua posição natural. Já o intestino mantém sua composição própria atrás do útero e passa a ser nutrido por circulações colaterais que conservam sua vitalidade.

2- A embolização de mioma uterino causa dor?
Não. A embolização do mioma uterino é um procedimento indolor, pois não há terminais de dor no interior das artérias.

3- Qual o grau de sucesso da embolização de mioma?
A embolização uterina pode ser realizada com sucesso em quase 100% dos casos. Algumas vezes surgem situações mais desafiadoras, como acontece em mulheres que têm uma cirurgia pélvica prévia ou têm variações anatômicas vasculares ou uma patologia vascular associada. Mas a experiência e o treinamento do especialista em radiologia intervencionista, aliado aos recursos tecnológicos que a medicina moderna oferece, permitem resolver a maioria dos casos.

4-Como é a recuperação das pacientes que fazem a embolização de mioma uterino?
É muito rápida. O período de internação é de apenas 24 horas, não há cortes ou cicatrizes, e a paciente pode voltar rapidamente às suas atividades. Após dois ou três ciclos menstruais, a paciente volta a menstruar normalmente.

5-Caso a embolização uterina não produza os resultados desejados, a paciente não poderá realizar outros procedimentos para eliminar o mioma?
A embolização uterina raramente inviabilizará ou provocará qualquer complicação que possa comprometer a realização do tratamento cirúrgico convencional, caso este seja necessário. É por isso que a embolização uterina deve ser sempre considerada como a ferramenta inicial para tratar o mioma uterino.

6-A embolização do mioma afeta a fertilidade da mulher?
Estima-se que 35 a 50% das mulheres engravidam sem dificuldade após a embolização, pesquisas científicas mostraram que mulheres que fizeram embolização do mioma uterino para tratamento deste tumor ou outras patologias ginecológicas não somente engravidaram após o procedimento, mas também tiveram partos normais.

7-Quais são os riscos associados à embolização do mioma uterino?
A embolização uterina é um dos procedimentos mais seguros para o tratamento de mioma, porém, como qualquer procedimento médico oferece alguns riscos à paciente. Algumas mulheres podem sentir dor abdominal, como uma cólica, náuseas e febre. Todos estes sintomas são controlados com medicação apropriada. Já um pequeno número de mulheres pode desenvolver infecções que, em geral, são de fácil controle com antibióticos. Mas são raros os casos de mulheres que tiveram lesão uterina e precisaram passar por uma histerectomia, e de mulheres que perderam os seus ciclos menstruais, isto é, entraram na menopausa após a embolização uterina.

Recomendações
De acordo com Dr. Henrique Elkis, médico Radiologista Intervencionista – CRM 97865 – a principal recomendação é que toda mulher consulte um médico que pedirá um histórico clínico completo, fará exame físico e solicitará ou revisará estudos complementares. Ao concluir que os sintomas são decorrentes da miomatose, o próximo passo é apresentar e discutir todas as opções terapêuticas disponíveis. Quando a paciente aceita realizar a embolização uterina, será necessário revisar os estudos laboratoriais e de imagem – que têm uma validade média de 30 dias – e então agendar a embolização.

• Fontes
Site > Cirurgia de Mioma
Site > Bem Estar

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