Parto Humanizado

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Parto Humanizado

O Brasil é o País campeão de cirurgias cesarianas no mundo. Na rede particular de saúde, 82% dos bebês nascem assim.

Na pública, 37%. Mais que o dobro da estimativa aceita pela Organização Mundial de Saúde, que é de 15%.

Além dos riscos da cirurgia, os procedimentos considerados padrão para os partos feitos nos centros cirúrgicos acabam impedindo medidas que fazem bem para o binômio mãe-bebê, como amamentação na primeira hora e o clampeamento tardio do cordão umbilical.

No parto humanizado, por outro lado, o bem-estar da parturiente e do bebê são colocados em primeiro lugar. A mulher tem autonomia para decidir como quer parir. Ela escolhe a melhor posição e tem apoio da equipe médica para se movimentar, comer, beber, tomar banho.

Outro diferencial do Parto Humanizado é que durante o procedimento é possível: Reduzir a luz do ambiente, ouvir músicas e contar com o suporte do esposo ou de outras pessoas, como a doula (mulher que presta o serviço de assistência à parturiente durante o parto humanizado). O trabalho dos envolvidos é no sentido de garantir que ela esteja em um ambiente seguro, acolhedor e tranquilo.

Parto humanizado traz conforto para o bebe afirmam Obstetra e ginecologista
Parto humanizado traz conforto para o bebe afirmam Obstetras e ginecologistas

Parto humanizado é uma opção de parto?

Uma importante questão a ser esclarecida é que o termo “Parto humanizado” não pode ser entendido como um “tipo de parto”, onde alguns detalhes externos o definem como tal, como o uso da água ou a posição, a intensidade da luz, a presença do acompanhante ou qualquer outra variável. A Humanização do parto é um processo e não um produto que nos é entregue pronto.

No Brasil o parto humanizado vem ganhando espaço?

Acredito que estamos a caminho de tornar cada vez mais humano este processo, isto é, tornar cada vez mais consciente a importância de um processo que para a humanidade sempre foi instintivo e natural e que por algumas décadas tentamos interferir mecanicamente, ao hospitalizarmos o nascimento e querer enquadrar e mecanizar em um formato único as mulheres e o evento parto.

O termo “humanização” carrega em si interpretações diversas. A qualidade de “humano” em nossa cultura quase sempre se refere à ideia arraigada na moral cristã de ser bom, dócil, empático, amável e de ajudar o próximo. Nesse contexto, retirar a mulher de seu “sofrimento” e “acelerar” o parto através de medicações e de manobras técnicas ou cirúrgicas e é uma tarefa nobre da medicina obstétrica e assim vem sendo cumprida.

Mas há um porém neste tipo de intervenção. Um olhar mais atento na prática atual da assistência ao parto revela uma enorme contradição entre as intervenções técnicas ou cirúrgicas e as suas consequências no processo fisiológico do parto e na saúde física e emocional da mãe e do bebê. Um olhar ainda mais atento nos processos culturais, emocionais, psíquicos e espirituais envolvidos no parto revelam novos e norteadores horizontes, tal qual a importância, para mãe e filho, de vivenciar integralmente a experiência do parto natural.

A qualidade de vida deste método esta ligado aos processos inerentes ao ser humano.
Os processos pertinentes ao ciclo de vida e a gama de sentimentos e transformações que a acompanham. O processo de nascimento, as passagens para a vida adolescente e adulta, a vivência da gravidez, do parto, da maternidade, da dor, da morte e da separação são experiências que inevitavelmente acompanham a existência humana e por isso devem ser consideradas e respeitadas no desenrolar de um evento natural e completo como é o parto.

Parto Humanizado
Parto Humanizado na água – Foto: Google Image

Diversas mulheres relataram que seus partos por cesariana mostram a frustração de não terem parido naturalmente, com as próprias forças, os seus filhos.

Querem e precisam vivenciar o nascimento de seus filhos de forma ativa, participativa, inteira. Viver os processos naturais e humanos por inteiro muitas vezes envolve dor, incômodo, conflito, medo. Mas são estes mesmo os “portais” para a transição, para o crescimento, para o desenvolvimento e amadurecimento humano.

O parto humanizado tem a proposta pela ‘humanização do parto’ entende a gestação e o parto como eventos fisiológicos perfeitos (onde apenas 15 a 20% das gestantes apresentam adoecimento neste período necessitando cuidados especiais), cabendo a obstetrícia apenas acompanhar o processo e não interferir buscando ‘aperfeiçoá-lo’.

Conclusão sobre o Parto humanizado:

Segundo as recomendações da OMS, o parto humanizado é aquele que promove: incentivo ao parto vaginal; incentivo ao aleitamento materno (preferencialmente nos primeiros momentos de vida do bebê); alojamento conjunto com o bebê; presença de acompanhante; redução de intervenções tecnológicas desnecessárias como a episiotomia (corte feito na região genital para facilitar a passagem do bebê), aplicação de ocitocina artificial e medicalização; estímulo às técnicas mecânicas de alívio da dor (massagens, banhos, caminhar livremente); abolição de práticas como enema (também conhecida como lavagem intestinal) e tricotomia (raspagem de pêlos).

Veja este vídeo de um Parto Humanizado na água:

https://www.youtube.com/watch?v=-rneFoV36F4

Com o Parto Humanizado, a mulher passa a ter benefícios como:

  • ser tratada com respeito pela equipe médica;
  • ter autonomia para escolher como passar pelo trabalho de parto e posição de parto;
  • ter assistência da doula;
  • fazer uso de técnicas para alívio da dor como banho quente, liberdade de movimento, massagens;
  • redução do índice de depressão pós-parto;
  • aumento do vínculo mãe-bebê, com o contato pele a pele e amamentação imediatos.

Para o bebê, o parto humanizado também é vantajoso. Além de ir direto para os braços da mãe e poder mamar logo que nascer, o bebê é poupado de procedimentos e exames físicos, ou o de profilaxia da oftalmia neonatal, logo que nasce. Se o cordão umbilical é cortado após parar de pulsar, o bebê ainda tem os benefícios como uma quantidade extra de ferro, o que evita a anemia neonatal.

Como escolher o médico que irá realizar o parto humanizado?

A melhor forma de escolher o Obstetra que irá fazer o Parto humanizado é conhecer o médico e seu histórico de experiência com a técnica do Parto Humanizado. Caso você não conheça ninguém que tenha realizado um parto humanizado, acesse alguns blogs na internet que podem ser boas fontes informações.

Fontes de informação sobre o Parto Humanizado:
EBC e Despertar do Parto (Eleonora de Moraes)

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