Durante todo o mês de março, ocorre uma campanha de conscientização sobre a epilepsia, conhecida como Março Roxo, que tem o objetivo de promover uma compreensão mais profunda e reduzir os estigmas associados à condição. Embora seja relativamente comum, a epilepsia ainda é cercada por preconceitos e desinformação, o que pode acarretar desafios adicionais para as pessoas que vivem com a condição, incluindo discriminação, isolamento social e dificuldades no emprego e na educação.
O QUE É EPILEPSIA?
A epilepsia é uma condição neurológica crônica, com causa multifatorial, caracterizada por crises convulsivas recorrentes desencadeadas por uma atividade cerebral irregular. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, sendo que 25% dos pacientes no Brasil apresentam estágio grave.
QUAIS SÃO AS CAUSAS DA EPILEPSIA?
Conforme mencionado, a epilepsia tem causa multifatorial, mas acredita-se que várias são as condições que podem estar associadas a ela. Entre as principais, estão lesões cerebrais, infecções como meningites e encefalites, disfunções genéticas ou complicações no parto.
TIPOS DE CRISES EPILÉTICAS
As crises de epilepsia podem se manifestar de diferentes formas:
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Episódio do tipo “Convulsivo”: Também conhecido como “ataque epiléptico”, essa crise é marcada por sintomas como quedas, contrações musculares generalizadas, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, ocasionalmente, perda de controle da bexiga.
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Episódio do tipo “Ausência”: Caracterizado por um olhar fixo e uma desconexão momentânea do ambiente por alguns segundos, muitas vezes não percebida por observadores próximos devido à sua brevidade.
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Episódio do tipo “Alerta”: Nesse tipo de crise, a pessoa parece estar “alerta”, mas sem controle consciente de suas ações, resultando em movimentos automáticos involuntários, como mastigar, falar de maneira incompreensível ou caminhar sem direção definida, com o paciente geralmente não se recordando do ocorrido após o término da crise.
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Outros tipos de episódios: Além dos mencionados, existem outros tipos de crises que podem provocar quedas sem movimentos aparentes, contrações físicas e causar alterações visuais, auditivas ou de memória.
TRATAMENTO DA EPILEPSIA
O tratamento para a epilepsia geralmente envolve medicamentos antiepilépticos para controlar as convulsões. Em casos mais graves ou resistentes ao tratamento medicamentoso, a cirurgia cerebral pode ser considerada. Terapias complementares, como dieta cetogênica e estimulação do nervo vago, também podem ser recomendadas em determinados casos. Com o tratamento adequado e o apoio da família, amigos e comunidade, muitas pessoas com epilepsia conseguem levar vidas plenas e produtivas.
NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA
A Cannabis medicinal está se destacando como uma nova abordagem de tratamento em várias condições médicas, incluindo a epilepsia. Com suas propriedades terapêuticas, a Cannabis está se revelando promissora para pacientes com epilepsia, especialmente o Canabidiol (CBD), um dos principais compostos da planta, considerado uma alternativa de tratamento para casos de epilepsia refratária e certos tipos específicos. Muitos pacientes já se beneficiam do uso terapêutico da Cannabis, e novas pesquisas em andamento buscam explorar ainda mais o seu potencial terapêutico no gerenciamento da condição.
Fontes:
Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/no-brasil-25-dos-pacientes-com-epilepsia-tem-estagio-grave
Lattanzi S, Brigo F, Trinka E, Zaccara G, Cagnetti C, Del Giovane C, Silvestrini M. Efficacy and Safety of Cannabidiol in Epilepsy: A Systematic Review and Meta-Analysis. Drugs. 2018 Nov;78(17):1791-1804. doi: 10.1007/s40265-018-0992-5. PMID: 30390221. | Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30390221/